sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A natureza é kami (ser divino) e o kami é a natureza

Antes de iniciarmos um estudo relativamente detalhado sobre o xintoísmo, antecipamos alguns conceitos importantes para entender o substrato da alma japonesa e de sua religião.

· O xintoísmo é uma religião étnica, ou seja, é a religião de um único povo, no caso, o japonês, que se formou no interior deste e com ele cresceu, a ponto de povo e religião formarem uma só coisa com a cultura, a história e a mentalidade. Por essa qualidade, o xintoísmo não é uma religião proselitista, ou seja, não envia missionários para difundi-la entre outros povos; a única tentativa foi feita na Coréia durante o período de ocupação colonial no séc. VI.

· O xintoísmo não conhece divindades ou um deus, mas reconhece a existência dos kamis ou seres divinos, que podem se hospedar em tudo o que existe como árvores, rios, montes, etc e, naturalmente, nos homens, em particular, nos defuntos que foram pessoas importantes na vida do país, como os soldados mortos nas guerras, os heróis nacionais, os antepassados e, sobretudo, os imperadores.

· O xintoísmo não tem fundadores mas foi se formando com a espontaneidade do povo e reelaborado, mais tarde, pela vontade da classe imperial.

· O xintoísmo não tem dogmas, teologia, escritura sagrada (os livros da história do Japão são considerados livros religiosos) nem um código moral. Esta se reduz a poucos preceitos fundamentais como não prestar atenção às coisas falsas, não ver e não falar falsamente.

· No Japão, todas as religiões são chamadas de ensinamento ou kyo, assim Cristo-kyo, islã-kyo; somente o xintoísmo é definido caminho (to), por isso é xin-to, que quer dizer o caminho dos homens e dos seres divinos (kami). O estudioso C.D. Holtom define o xintoísmo como " a síntese peculiar de ritos e crenças praticadas pelos japoneses celebrando, dramatizando, interpretando e cultivando os principais valores da sua vida nacional".

· O imperador e o xinto

· O imperador, no xintoísmo, é a fonte da força que dá a vida eterna aos seus súditos, porque nele reside a vida eterna e a felicidade que lhe vêm diretamente da deusa do sol, Amaterasu O Mi Kami.

· Para melhor entender essa adoração ao imperador, resumimos o que escrevia, em 1931, Katsuhiko Kakehi, professor universitário de Tóquio: "Cremos que a vontade divina seja expressa na vida da raça Yamato (a raça dos imperadores). Cremos, portanto, que a experiência nacional dos japoneses e a vontade dos deuses sejam uma única coisa. Acreditamos ainda que a raça nasceu como uma realização divina e, portanto, dotada de suas atribuições divinas".

· Nessa visão xintoísta, explicam-se alguns comportamentos do povo japonês como a absoluta intolerância, pelo menos nos anos passados, em relação às outras religiões não pertencentes à raça e o culto ao imperador, até o sacrifício da própria vida por parte dos soldados, numa dedicação não somente disciplinar mas, sobretudo, religiosa. COMPONENTES:Lukas Delon,Josemar,Douglas C.

Um comentário:

  1. esse trabalho na minha opinião ficou o mais bonito.nao por nada mas pela criatividade e bom gosto daquele colega"Lukas"que é muito inteligente e sabe como ninguém falar sobre o assunto em debate.

    ResponderExcluir